Pergunte a uma mãe recém-parida: ‘como você está?’

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Mãe no pós-parto precisa ser ouvida e cuidada (Foto: Divulgação/Bepantol)

Mãe no pós-parto precisa ser ouvida e cuidada (Foto: Divulgação/Bepantol)

Assim que nasce um bebê as atenções, os cuidados, estão todos voltados para aquele novo ser. Enfim, é um momento de festa. No entanto, raramente alguém olha para a nova mãe e pergunta: “como você está?”. Faça esse exercício, a escute, e não se surpreenda se ela disser que está difícil, que a maternidade idealizada está bem diferente da real.

Muitas vezes as pessoas nem se preocupam como está essa nova mãe pois acreditam que a maternidade é um momento lindo, cheio de realizações,  mas o cotidiano com um bebê em casa é bem mais difícil e solitária do que é mostrado.

A doula Janie Paula diz que toda mulher recém-parida quer – e precisa – falar e saber que está sendo ouvida. “Essa mulher precisa ser ouvida por horas, leve um chá, um bolo, acolha todas as emoções, apoie e dê liberdade para ela se abrir”, diz a doula, que acompanha as gestantes antes, durante o parto e no pós-parto também. Para ela, é preciso uma escuta sincera e individual de cada mãe para apoiá-la já que não há uma única fórmula mágica e única para sobreviver ao puerpério.

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Muitas vezes isoladas em seus apartamentos, as novas mães procuram ajuda e fazem desabafos em grupos virtuais de mães. Infelizmente, nem sempre encontram respostas para suas dúvidas e acolhimento, mas julgamentos em relação às atitudes com o novo bebê. Isso acaba gerando uma insegurança maior o deixando a nova mãe ainda mais confusa.

Como já foi mostrado em  diferentes matérias no site Mães de Peito, o puerpério é um período de luto, de mutações onde a mulher está se descobrindo. Além de uma nova mãe, agora ela é uma nova esposa, nova filha, nova profissional, nova dona de casa, enfim, todos os seus papéis sofrem mudanças também já que ela não é mais a mesma de antes.

A obstetra  Caroline Ambrogini explica que os níveis hormonais têm um salto no pós-parto e que é natural a oscilação de humor, a falta de desejo sexual, principalmente, para a mulher que amamenta por conta da produção de prolactina.

A psicóloga Ana Merzel diz que algumas mães podem ter o chamado baby blues, uma tristeza momentânea que pode durar entre 15 a 30 dias após o parto, e que é muito natural. “Cerca de 10% a 15% das mulheres têm a chamada depressão pós-parto. Nesses casos, elas precisam de ajuda médica e de tratamento”, explicou Ana durante evento da Bepantol onde foi lançado o projeto Décimo Mês, uma campanha para tratar da importância da mãe ser cuidada no puerpério.

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Transformações na maternidade vão além do corpo (Divulgação/Bepantol)

Transformações na maternidade vão além do corpo (Divulgação/Bepantol)

A ex-BBB Adriana Sant’Anna, que é mãe há dois meses, esteve no evento e relatou que teve depressão pós-parto e também comentou as suas dificuldades no papel de mãe. “Não quis ler nada na gravidez e não me preparei para essa fase, que não é fácil”, disse a jovem, que também preferiu dispensar a ajuda da mãe e da sogra para cuidar do filho só com o  marido. “Queria viver sem palpites e seguir meus instintos. Eu só chorava, sofri para amamentar e ainda estou em tratamento”, relatou Adriana, emocionada ao ficar longe do seu bebê pela primeira vez.

Ela disse que poucas horas antes do evento, onde estava maquiada, com as unhas e cabelos feitos, estava como qualquer mãe recém-parida. “Estava descabelada, com short, com aquele sutiã bege de amamentação”, relatou, mostrando que não está preocupada com o corpo, mas em cuidar do filho nos primeiros meses de vida.

Mãe de gêmeos, a jornalista Rosana Jatobá, mediu a conversa entre as profissionais e a ex-BBB e confessou que o pós-parto foi difícil, mesmo com uma gravidez muito planejada.

Quando enfrentei essa fase, pensei, meu Deus, o que está acontecendo? Tenho esses dois seres lindos diante de mim, estou vivendo algo que tanto sonhei e, ao mesmo tempo, tantas questões difíceis”, contou a jornalista.

As especialistas foram unânimes em dizer que a mulher no pós-parto precisa de ajuda e quem vai ser essa pessoa ao lado dela cabe somente a mãe decidir. “Algumas vão querer ficar só com o parceiro, outras vão querer uma babá, enfermeira, a sogra, a mãe, enfim, cada uma vai buscar sua rede de apoio. Só não dá para passar essa fase sozinha”, diz a doula Janie.

Veja o vídeo abaixo

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