Na reta final da gravidez a jornalista da Rede Globo Flávia Freire, 40, diz que chegou a duvidar se conseguiria ser mãe. Ela comenta que sofreu dois abortos espontâneos antes de engravidar de Matheus, que está previsto para chegar no final de agosto.
Flávia conta que tirou o DIU hormonal há aproximadamente três anos e que logo ficou grávida. “Engravidei e perdi. Em poucos meses tive uma segunda gravidez e pouco depois descobri que não foi para frente. Foi sofrido, duvidei se conseguiria e ficava me perguntando o motivo daquilo acontecer comigo”, diz.
Ao conversar com médicos e amigas ela viu que o aborto espontâneo é muito comum. Assim como ela, muitas perdas gestacionais ocorrem logo no início. “Perdi os dois antes da oitava semana de gestação”, lamenta.
A obstetriz Juliana Freitas diz que é comum o abortamento espontâneo até a 20ª semana de gestação. Ela explica que pesquisas mostram que 80% dos abortamentos naturais ocorrem antes da 12ª semana de gestação.
“As causas são variáveis e de difícil identificação. Há casos de mulheres que descobrem a gestação durante um aborto espontâneo ou aquelas que nem se dão conta pois pensam que é uma menstruação irregular”, comenta.
Juliana comenta ainda que apesar do diagnóstico ser recorrente, as causas são diversas como gestação anembrionária (quando não há desenvolvimento do embrião), malformações, problemas hormonais, infecções, entre outras.
“Abortamento espontâneo é um assunto delicado e pouco exposto socialmente. É comum as mulheres se culparem e é preciso cuidado para essa problemática emocional de que não é capaz de gerar um filho se torne o centro das atenções”, diz Juliana, que sugere um acompanhamento psicológico para estas mulheres.
Mesmo diante das dificuldades e as dúvidas se conseguiria ser mãe, Flávia conta que não desistiu, principalmente, após ver uma reportagem com a inglesa Kelly Moseley, que teve 20 abortos espontâneos e conseguiu ser mãe. “Ela teve VINTE abortos espontâneos e se recusou a desistir”, diz.
Flávia decidiu dar uma pausa até receber o seu presente. “Dei um tempo e quando me preparava psicologicamente para começar um tratamento veio a surpresa. Engravidei naturalmente e sem nenhuma intercorrência”, diz.
Flávia conta que adiou o sonho de ser mãe por conta da profissão, mas que sempre quis ter um filho. A jornalista diz que descobriu logo no início a gestação pois sempre teve o ciclo menstrual regular. “Quando atrasou cinco dias, desconfiei e um teste de farmácia confirmou a gravidez.”
Ela diz que assim que tiver seus filhos nos braços a sua preocupação principal será com a amamentação. “A amamentação é o que mais me aflige. Já ouvi muitas histórias de mulheres que enfrentaram dificuldades para dar de mamar aos seus filhos”, conta a jornalista.
Em entrevista ao blog Mães de Peito, ela disse que acredita que com boa orientação conseguirá amamentar seu filho Matheus. “Consultei uma especialista em aleitamento materno para tirar todas as minhas dúvidas”.
Apesar do barrigão evidente, Flávia conta que ainda segue fazendo reportagens na rua e que não pretende sair de licença maternidade pois quer ficar o máximo possível com o filho antes de voltar ao trabalho. “Terei seis meses de licença e ainda não decidi se vou incluir as férias e ficar fora sete meses”, conta. Flávia deve sair de licença somente no final do mês, quando está previsto o nascimento do seu primogênito.
Flávia comenta que passou muito bem a gravidez inteira e que o marido, o empresário Miguel Roquette, brincava dizendo que nem parecia que estava grávida. “Não senti enjoos, tonturas, sono ou azia até o sétimo mês. Mas agora as coisas mudaram um pouco. O sono, principalmente, já não é mais o mesmo e me sinto cansada durante o dia. Mesmo assim, pretendo trabalhar até o fim”, diz.