Muitas gestantes durante o pré-natal questionam o médico do convênio se ele “faz parto normal”. A maioria, é claro, responde que “sim, mas só se estiver tudo certo poderá ser normal”. No entanto, conforme a gravidez chega na reta final, o profissional avisa a paciente que se quiser mesmo o parto normal, será preciso pagar por fora do plano de saúde. Essa é a chamada taxa de disponibilidade que pega muitas grávidas de surpresa.
É importante que a gestante logo no início do pré-natal questione o médico sobre a cobrança para que possa ter a opção – e tempo – de trocar de obstetra, por exemplo.
O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) e a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) consideram ilegal e abusiva essa taxa. A ANS diz que a cobrança é indevida porque a cobertura obrigatória para parto inclui pré-natal, trabalho de parto e parto.
A agência pede que as pacientes denunciem os médicos que fazem a cobrança para os planos de saúde. Se nenhuma providência for tomada, elas devem pegar o número de protocolo da reclamação e fazer uma queixa na ANS para que a operadora seja notificada. Se não adotar medidas, como a exclusão do médico do plano, a operadora pode até ser multada.
Por parto, independente se é cesárea ou normal, o médico recebe cerca de R$ 500 pelo procedimento. Por conta da baixa remuneração, o Conselho Federal de Medicina permite essa cobrança por entender que a taxa remunera o médico que fica 24 horas de plantão para atender a paciente.
Tanto o Idec como a ANS consideram, no entanto, que isso configura dupla cobrança já que o profissional recebe duas vezes. No entanto, o CFM diz que isso não ocorre pois o médico que for cobrar a taxa de disponibilidade deve abrir mão do que receberia pelo plano de saúde. A recomendação do CFM é que o médico fale dessa cobrança logo nas primeiras consultas e que assine um contrato com a paciente – mesmo que a gestante decida não pagar a taxa.
2 Comentários
Isso acontece muito mas mais com o parto cesarea. OS Drs cobram em torno de R $2,000 para garantir a cesareana .Acho que cabe a mulher escolher qual tipo de parto ela quer, acho uma violência obrigar que ela escolha o normal se ela quer uma cesarea. O Sus quase mata as mães e arriscam os bebês a terem sequelas terríveis por obrigarem a mulher a ter normal. ABSURDO
Chegam a cobrar R $ 5000 . Na minha opinião, a relação médico – paciente quebra na mesma hora que se ouve algo do tipo. Eu não concordo com o pagamento pela disponibilidade. Acredito que ter assistência ao parto com o plantonista é a opção, já que parto é comércio. Triste. ..