Quando é a hora de ter um segundo ou terceiro bebê? A questão é muito particular. Alguns casais querem ter um bebê perto do outro para “criá-los juntos”, mas há também quem nem sonhava em ter outro filho e engravida ainda no puerpério. Mas, quanto tempo é preciso esperar entre uma gravidez e outra?
A médica obstetra Camila Escudeiro, da clínica Iluminar, diz que não há um consenso de quanto tempo deve ser o intervalo interpartal pois depende de vários fatores, entre eles, aspectos físicos, emocionais e também da via de parto.
Ela explica que o recomendado é esperar 18 meses para ter um outro parto no caso do primeiro bebê ter nascido por uma cesárea. “Se ela teve parto normal, pode ser menor esse intervalo”, diz a obstetra. Ela explica que o corpo precisa de um tempo para voltar ao que era antes, mas não é apenas isso. “A mulher precisa estar preparada psicologicamente para uma nova gestação, para o pós-parto e a amamentação tendo outro filho pequeno para cuidar”, comenta.
Ela diz que, independente da via de parto na primeira gestação, o parto normal é o mais recomendado, principalmente, se for curto o tempo de intervalo entre uma gravidez e outra.
A médica diz que a complicação mais temida é a ruptura uterina, que é mais comum em quem já teve uma ou mais cesáreas. “Se o intervalo entre uma cirurgia e outra for pequeno, há riscos pois o útero não está totalmente recuperado, então, pode acontecer um abortamento ou complicações como placenta prévia ou acretismo placentário, que pode resultar em hemorragias, lesão na bexiga e até histerectomia (retirada do útero)”, ressalta.
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A obstetra ressalta que o parto normal é mais seguro mesmo quando a mulher já teve uma ou mais cesáreas pois o risco de ruptura uterina é pequeno, ou seja, de 0,5 a 1% das mulheres que têm um parto normal após cesárea.
A obstetra ressalta que é importante ter um pré-natal sendo acompanhado por bons profissionais para ficarem atentos aos fatores de risco.
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
O casal que pretende não ter outra gestação logo pode optar por vários métodos contraceptivos, entre eles, a camisinha e o DIU de cobre ou o DIU com hormônio. “Existem também os anticoncepcionais com progesterona que podem ser usados semanas após o parto e os combinados”, explica.
Camila explica se a mulher que amamenta exclusivamente – em livre demanda – e não estiver menstruando está mais protegida nos seis primeiros meses. “Mas, quando introduz a alimentação do bebê, a menstruação tende a voltar e a mulher pode engravidar caso não esteja usando algum método contraceptivo”, ressalta.
Ela ressalta que é importante usar algum método contraceptivo pois a mulher pode engravidar mesmo sem ter menstruado. “Quando a mãe amamenta, acontece a liberação de prolactina, mas com o passar do tempo, com a introdução alimentar e as mamadas mais espaçadas, vai diminuindo e começa a liberação dos hormônios para a ovulação, por isso, é importante buscar algum método contraceptivo”, comenta. Os casais que não querem mais ter filhos também podem optar pela laqueadura ou pela vasectomia.