Santa Catarina aprova lei que libera entrada de doulas nas maternidades

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Doula ao lado da gestante em trabalho de parto (Foto: Salateo)

Doula ao lado da gestante em trabalho de parto (Foto: Stephanie Salateo)

A Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou nesta quarta-feira (16) a lei que dá direito às mulheres terem a presença de uma doula nas maternidades públicas e privadas do Estado. Nesta sexta-feira (18) é celebrado o Dia da Doula, profissional que dá suporte físico e emocional para a gestante antes, durante  e no pós-parto.

O texto agora vai para a sanção do governador Raimundo Colombo (PSD), que vai regulamentar a lei. O projeto de lei 208/2013 diz que a doula pode entrar com a parturiente na maternidade e ficar com ela até após  o nascimento do bebê. Além da doula, a parturiente pode ter um acompanhante, seja ele o pai da criança ou qualquer outra pessoa de sua escolha conforme prevê a lei federal 11.108 de 2005.

Uma lei similar está em pauta para ser votada na Assembleia Legislativa de São Paulo  desde fevereiro de 2014, conforme noticiou recentemente o blog Mães de Peito. Leia mais sobre a situação em São Paulo. As cidades de Jundiaí e Sorocaba, no interior de São Paulo, já tem leis municipais aprovadas que permitem acesso livre das doulas. Em caso de descumprimento, as maternidades estão sujeitas a receber multas.

DOULA NÃO FAZ PARTO

Muitas pessoas acham que doulas são mulheres que fazem o parto.  Toda doula sabe que não faz nenhum procedimento  técnico na gestante. Ela está lá apenas para cuidar da mulher em trabalho de parto dando palavras de apoio, fazendo massagens e promovendo seu bem-estar como, por exemplo, oferecendo uma fruta para ela comer ou uma água para beber.

A palavra doula vem do grego e significa “a mulher que serve”.  As doulas ajudam também a aliviar as dores na contração e orientam nas posições que podem dar mais conforto para as mulheres nesta hora.

Durante o trabalho de parto, normalmente elas são as únicas pessoas que estão o tempo todo com o casal já que a maioria dos obstetras só entra na sala de parto quando já está na fase ativa do trabalho de parto.

As doulas também incentivam suas doulandas com palavras de apoio dizendo, por exemplo, que a cada contração o bebê está mais perto de estar nos seus braços ou dando uma ajuda simples e que na hora faz muita diferença.

O papel delas dentro de um parto é de extrema importância já que estudos mostram redução de 50% nas taxas de cesariana, redução de 20% da duração do trabalho de parto e diminuição em 60% do pedido de anestesia. Diversos estudos mostram que a presença dessa profissional também ajuda a diminuir a necessidade de intervenções como uso de  fórceps, ocitocina e episiotomia (corte no períneo), além de aumentar a satisfação da mulher com a experiência do parto.

No Brasil, existem as profissionais voluntárias – que normalmente atendem em hospitais públicos – e as que cobram pelo serviço. O valor pode variar bastante e chega a ser  simbólico pelo grande período que elas dedicam à parturiente.

Qualquer pessoa pode ser doula, ou seja, não precisa ser uma profissional ligada à área da saúde, mas é preciso fazer um curso e se cadastrar nos hospitais antes de poder acompanhar um parto.

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