Léo tem apenas sete meses de vida e luta como um guerreiro para ir pela primeira vez para casa e dormir no seu próprio berço. O sonho de seus pais é que os barulhos dos aparelhos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal sejam logo deixados para trás.
A mãe de Léo, Aline Bertolozzi, 33, diz que vai todos os dias ao hospital e passa o tempo todo ao lado do filho, mas que não é só suficiente pois não pode ficar 24 horas com o filho. “Só volto para casa para dormir. Todos os dias tento não encarar como se estivesse entrando em uma UTI, mas no quarto dele, para ficar com ele”, diz a mãe, que passa o dia todo com o menino no colo.
Ela conta que em agosto do ano passado descobriu a tão sonhada – e planejada – gravidez. Tudo ia muito bem até que uma ultrassonografia mostrou que o bebê tinha uma obstrução na traquéia.
Os médicos disseram que o bebê teria de ser operado dentro do útero materno para que pudesse sobreviver. “O primeiro sinal de que ele lutou para viver foi quando o médico falou na ultrassonografia que ele precisava levantar o queixinho, e ele imediatamente fez isso. Foi muita emoção e até o médico chorou”, conta.
Aline comenta que o procedimento foi um sucesso, mas por ter feito a cirurgia havia o risco de ocorrer um nascimento prematuro. E foi o que aconteceu. Uma semana depois da operação começaram as contrações.
“Os médicos tentaram segurar mais um tempo, mas não havia mais jeito e fomos para a cirurgia. Nem vi ele nascer. Foi tudo muito rápido”, recorda Aline. Léo nasceu no dia 17 de janeiro deste ano com apenas 25 semanas de gestação e pesando 700 gramas.
Aline conta que assim que nasceu Léo passou por uma traqueostomia, foi estabilizado e encaminhado para a UTI neonatal. Poucos dias depois do seu nascimento, a mãe notou algo estranho na barriga do filho, que em seguida teve uma parada cardíaca. Os médicos disseram que era uma enterocolite necrosante. “Eles explicaram que é comum em prematuros, mas que perdem só parte do intestino. O Léo perdeu todo o órgão”, diz.
A família sonha agora com um transplante do órgão, mas para isso o bebê precisa pesar mais de sete quilos e receber alta hospitalar. Atualmente, Léo pesa 3,2 quilos. Aline comenta que enquanto ele não atingir o peso ficará em casa com atendimento home care.
O transplante terá que ser feito em Miami, nos EUA, e a família precisa arrecadar US$ 1,5 milhão para conseguir custear a cirurgia e as despesas da viagem. Os pais de Léo fazem uma campanha nas redes sociais para que possam arrecadar o valor e permitir que o filho receba o transplante. Veja aqui a página da campanha Juntos pelo Léo. A campanha já conta, inclusive, com a participação de artistas famosos.
Aline comenta que Léo está cada dia melhor e só segue internado pois precisa ganhar mais peso. Como não pode comer normalmente, a nutrição dele é intravenosa e o menino só poderá comer normalmente após o transplante.
Aline, que trabalhava como representante comercial, conta que largou o emprego ainda na gravidez. O marido dela, o comprador Rodrigo Monteiro, 33, continua trabalhando mas não passa um dia sem ir ver o filho no hospital.
O maior sonho do casal é poder apresentar aos filhos as coisas boas e simples da vida, como dormir em casa longe dos aparelhos do hospital, passear em um parque e tomar um banho de sol ao lado da sua família. “A gente acha que a gente é forte, mas é ele quem nos dá forças todos os dias”, diz a mãe.