O Hospital São Luiz, na unidade Itaim Bibi, passou a restringir o acesso às salas delivery, que contam com banqueta, banheira, sala ampla e um ambiente mais adequado para o parto humanizado para mulheres com cesárea anterior.
A reportagem do Mães de Peito ouviu diversos profissionais de saúde que atuam no hospital e que relatam que a mudança começou no final de agosto. Agora, se a mulher que está em busca de um VBAC (parto vaginal após cesárea) tem que ficar em trabalho de parto na sala de pré-parto e, quando chega na fase do expulsivo, é direcionada para o centro cirúrgico.
Um médico ouvido pela reportagem, que pede para não se identificar temendo represálias, diz que na sala pré-parto existe apenas uma maca e o chuveiro. “As pacientes que optam por analgesia já vão antes pro centro cirúrgico direto”, comenta. Outra médica diz que não permitir o uso do delivery faz com que mais mulheres solicitem analgesia pois não tem, por exemplo, o recurso da banheira para aliviar as dores das contrações.
Uma doula disse que acompanhou uma gestante que chegou na maternidade com 6 centímetros de dilatação e que, mesmo com todas as três salas deliveries vazias, não pode usar o espaço. “Como a cesárea anterior dela tinha só dois anos, não autorizaram”, comenta. “Para uma parturiente é péssimo ter que ficar mudando de ambiente e ser privada de usar a banheira. Fora que na delivery, o ambiente é mais confortável e maior”, relata outro profissional de saúde.
A unidade do Itaim do São Luiz tem normas diferentes da unidade do Tatuapé, por exemplo. Lá, as gestantes que buscam o VBAC podem entrar normalmente na sala delivery como qualquer parturiente. Profissionais que atuam nas maternidades dizem que a intenção da direção da maternidade é focar as salas deliveries para as primigestas, ou seja, mulheres que estão grávidas pela primeira vez e que tem gestação com risco habitual.
Não é a primeira vez que a maternidade faz restrições para quem busca um parto respeitoso. O Mães de Peito mostrou recentemente que, caso um parto normal vire uma cesárea, as doulas são impedidas de entrar no centro cirúrgico. O mesmo, no entanto, não ocorre em outras maternidades.
Procurada diversas vezes, a assessoria de imprensa do São Luiz não respondeu os questionamentos da reportagem nem retornou os e-mails e contatos telefônicos.
Como já mostrou o Mães de Peito, é mais seguro para uma mulher ter um parto normal após cesárea do que ser submetida a uma nova cirurgia. Confira no link quem pode ter um VBAC.
2 Comentários
É delicado esse assunto. Eu queria ter parto humanizado, mas tive parto “traumatizado”. Até estou escrevendo sobre ele no meu blog Casa e Fogão.
Já estou com 40 semanas e minha bebê está bem alta
Ela já pesa 4kg e nada de contração, ou encaixe para indução de um PN.
Minha primeira gestação teve que ser cesárea, mas que para minha bebê não sofra vou optar pela cesárea novamente, esperei para ter normal mas até o momento nenhum sinal.
Estou muito exausta com o peso da barriga, dores no púbis e desconforto para dormir
Ela já não tem espaço na barriga e os batimentos estão mais lentos devido a mexer menos.
Nesse caso qual sua opinião?
Os médico que eu fui me deixam livres para escolher aguardar ou fazer cesárea.