As mulheres que já tiveram perdas gestacionais se queixam muitas vezes da forma como receberam a notícia, ou seja, a informação é dada de forma seca, sem qualquer tipo de acolhimento para aquela mãe que acabou de perder seu bebê. Tem ainda as pacientes que precisam passar por uma curetagem após o aborto espontâneo, por exemplo, e são internadas maternidade lado a lado com mães que comemoram a chegada de seus bebês.
As pessoas têm dificuldades em lidar com o luto de quem perdeu o bebê com poucos meses de vida ou que ainda estava na barriga. Muitas vezes preferem se distanciar de quem vivencia esse momento de dor por não saber o que falar ou como agir, por exemplo. Há ainda aqueles que disparam frases que todo pai ou mãe que perdeu um bebê jamais gostaria de ouvir como “logo você engravida de novo”, “não sofre, ele nem tinha nascido ainda” ou “foi melhor assim”. Um filho – independente se ele tinha semanas de vida uterina ou dias vivendo em uma incubadora – é sempre um filho único que jamais poderá ser substituído por outro.
Quem já passou por essa situação diz que ficar isolada dos familiares e amigos é ainda mais difícil de vivenciar o luto. Muitas vezes estar só ao lado, dar um abraço e ficar em silêncio é o melhor apoio que aquela mulher pode receber naquele momento. Para tentar lidar com essa situação, muitas mulheres recorrem a grupos de apoio virtuais e presenciais onde conseguem falar e desabafar com quem já passou pela mesma dor.
Pensando em alertar sobre os cuidados que os profissionais de saúde devem ter ao dar a notícia ou ao cuidar da mulher que acaba de perder seu bebê, foram criadas tirinhas para mostrar como geralmente a situação ocorre e como ela deveria ocorrer. A iniciativa foi de dois sites que falam sobre a perda gestacional, o “Temos que falar sobre isso” e o “Do Luto à Luta: Apoio à Perda Gestacional e Neonatal”, que contaram com a ajuda da “Famílias em Tiras” para produzir o material. Confira algumas: