Quer um parto respeitoso? Procure uma obstetriz

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Casal durante parto domiciliar é assistido por obstetriz (Foto: Kelly Stein)

Casal durante parto domiciliar é assistido por obstetriz (Foto: Kelly Stein Fotografia)

Quando a princesa Kate Middelton teve seus dois filhos muitas pessoas ficaram curiosas sobre como ela se recuperou tão rápido e bem nos dois partos normais.  O que pouco se falou foi por quem a duquesa foi atendida durante o seu parto natural. Os médicos ficaram do lado de fora da sala de parto e a parturiente estava sendo assistida pelas chamadas midwifes (parteiras ou obstetrizes).

Assim como no Reino Unido, no Brasil também temos disponíveis essas profissionais para prestar um atendimento de qualidade no pré-natal, dar assistência no parto e pós-parto. A diferença é que lá toda a gestante é atendida por elas e só é encaminhado para um médico se tiver algum tipo de intercorrência que impeça, por exemplo, o parto normal.
No Brasil, essa realidade ainda é para poucas, mas cada vez mais mulheres têm se informado e buscado a ajuda dessas profissionais, que atendem nas redes públicas e privadas. Obstetrizes têm curso superior e estudam quatro anos e meio e todas as aulas são voltadas para a atenção ao parto e a saúde da mulher. O curso de obstetriz na USP Leste, por exemplo, começou em 2005 e já são cerca de 500 profissionais formados.  A maioria das obstetrizes são mulheres, mas há homens que também fazem o curso.
Ana Cristina Duarte, uma das obstetrizes mais conhecidas, explica que no Brasil as parteiras seguem dois caminhos distintos: parteiras tradicionais que vivem nas regiões afastadas do país e atendem a comunidade local, e as parteiras formadas, que são obstetrizes e enfermeiras obstetras que atendem as parturientes em partos domiciliares, casas de parto ou em hospitais.
Ela explica que nas maternidades privadas quem atende partos ainda são os médicos. Mas, que nas públicas já existem instituições que contratam as parteiras formadas para compor os quadros e atender os partos. “Quem quiser ser atendida por uma parteira no Brasil pode ter um parto domiciliar ou em casa de parto ou num dos poucos hospitais do SUS onde quem atende partos de baixo risco não são os médicos”, explica.
Diferente dos médicos obstetras, as obstetrizes atendem apenas mulheres com gestação e parto de risco habitual (baixo risco). Elas têm conhecimento para reconhecer os fatores de alto risco e encaminhar a gestante para atendimento adequado de um médico. As obstetrizes, por exemplo, não fazem cesáreas e atualmente são responsáveis por atender boa parte dos partos domiciliares, assim como as enfermeiras obstetras.
Para Ana Cristina, a tendência é que a profissão só cresça e seja escolhida por mais parturientes. “A exemplo do Canadá, que chegou perto de extinguir qualquer tipo de atendimento não médico, e que conseguiu reverter essa situação em pouco mais de 20 anos, a tendência em todo o mundo é que as evidências científicas que favorecem o parto atendido por parteiras possa ser o guia que vai nortear as políticas públicas de saúde daqui pra frente”, opina.
O Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica do Reino Unido (NICE, na sigla em inglês) concluiu que é mais seguro para mulheres saudáveis com gestações de baixo risco dar à luz com parteiras do que com médicos. Segundo o estudo, os médicos são muito mais propensos do que as parteiras a usar intervenções como fórceps, raquianestesia e cesarianas – procedimentos que carregam maiores riscos para a mãe e o bebê.
Ao instituir a Rede Cegonha, em 2011, o Ministério da Saúde  prevê a criação nos ambientes hospitalares chamados de CPN (Centros de Parto Normal). Esses locais seriam destinados a parturientes de baixo risco que teriam seus partos normais, humanizados e atendidos por obstetrizes e enfermeiros obstetras. Como já acontece em vários países, como Inglaterra e Austrália, os médicos só são acionados em caso de complicações e cesáreas com real indicação.

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1 comentário

  1. jaciraroqueoliveira em

    gostaria de saber se ainda tem como resolver nosso problema ,minha filha esta na oitava semana e não sabemos como ajuda la porque não ha médico nos hospitais da minha região aqui na zona norte.
    estamos procurando uma forma dela ter o bebe num serviço privado ,coces podem me ajudar?

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