Ultrassom natural e arte gestacional ajudam grávidas a interagir com bebês

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Gestantes após receberem pintura na barriga (Foto: Mariana Camilo)

Gestantes após receberem pintura na barriga (Foto: Mariana Camilo)

Assim que confirma o tão sonhado positivo, a gestante não vê a hora de ver a barriga crescer e, é claro, sentir o seu bebê mexer. Não há como não exibir com orgulho aquele barrigão que chama a atenção por onde passa. Os exames de ultrassom são um momento de ansiedade para ‘ver’ o bebê e ter certeza que está tudo bem.

Como esses exames não podem ser feitos com tanta frequência foi criada uma alternativa para saciar a curiosidade das mamães: a ultrassonografia natural, onde é pintado o bebê na barriga da mãe.

No Brasil, a arte gestacional ficou ainda mais conhecida por conta da parteira mexicana Naoli Vinaver. Como tem bastante experiência, ela apalpa a barriga da mãe e identifica a posição e o tamanho aproximado do bebê para desenhar com mais precisão.

Neste caso, é a chamada ultrassom natural ou ultrassom de parteira que, é claro, não substitui os exames convencionais, mas é uma maneira da mãe se conectar ainda mais com o bebê, além de fazer um momento divertido, por exemplo, no chá de bebê ou durante uma sessão fotográfica.

Quando estava na 37ª semana de gestação, Vanessa Peralta Turollo, 35, fez a ultrassom natural. Ela conta que a doula apalpou sua barriga e escutou o coraçãozinho do neném para saber a posição que o bebê estava. “Foi ótimo pois permitiu me conectar  mais com meu filho na reta final da gravidez”, comenta Vanessa, mãe de Pedro que completa um ano em setembro.

Como são poucas parteiras e doulas que fazem a ultrassom natural, muitas mães têm optado pela pintura de barriga ou arte gestacional. Essa técnica não é feita com tanta precisão, mas o desenho é feito de acordo com os relatos da mãe referente ao que foi apontado na última ultrassonografia.

A artista plástica Itaiana Battoni é uma das profissionais que faz essa arte. Ela conta que  começou a pintar barrigas  em 2013 a pedido de uma amiga e que foi “amor a primeira barriga”. “Quando a mãe não sabe em que posição está o bebê, pergunto como ela acha que está, de que lado sente mexer mais e decidimos juntas a posição que será desenhada. Pergunto também se ela acha que tem bastante cabelo ou é careca”, diz.

 

“Representar a vida que está dentro do útero vai além da arte, é um momento único e muito especial. O bebê mexe, a gestante se emociona, as pessoas se encantam. Vejo como uma troca de amor”, comenta a artista, que leva cerca de duas horas para fazer o seu trabalho. No final, ela explica como fazer uma espécie de carimbo em um tecido para a pintura ser eternizada.

A fisioterapeuta obstetra e doula Fabrina Jesus Flores também faz a pintura no ventre e diz que não há idade gestacional para fazer a arte, ou seja, é possível fazer no começo da gravidez, mas o desenho fica mais bonito com a gravidez mais avançada. “Normalmente as mães gostam de fazer a partir do sétimo mês, quando a barriga já está mais evidente”, diz.  Ela diz que ao fazer a pintura utiliza materiais apropriados para pele, como tinta ou maquiagem.

Fabrina comenta que qualquer pessoa pode fazer a pintura e que em encontros com suas doulandas até os futuros papais colocam a mão na massa e pintam seus bebês.

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