
O primeiro coworking materno do Brasil pede socorro para continuar funcionando. O espaço, localizado desde fevereiro na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, está com dificuldades para se manter justamente por cobrar um valor acessível para que as mães possam trabalhar lado a lado com seus filhos.
Uma das sócias da Casa de Viver, Carina Lucindo Borrego, diz que as despesas do espaço são maiores do que a receita em aproximadamente R$ 5.000 mensais. Além do prédio, que é alugado, outra despesa alta é com as funcionárias da casa, que são as cuidadoras que ficam com as crianças enquanto as mães trabalham.
“Temos projetado que em março do próximo ano conseguiremos equilibrar custos e receitas, mas até lá não temos mais como assumir as despesas com recursos de pessoa física”, comenta. Para manter a casa aberta, ela e a sócia Fernanda Torres optaram em fazer um financiamento coletivo. Para saber mais e ajudar clique aqui.
Carina diz que fechar a casa seria a última opção, mas que se não conseguir recursos não terá muitas alternativas. “Também estamos buscando patrocínios, um terceiro sócio, parcerias comerciais com outro espaço de coworking e novas formas de divulgação”, afirma.
Atualmente, o espaço atende entre cinco e dez crianças que são assistidas por duas cuidadoras. Carina explica que na Casa de Viver a mãe continua sendo a protagonista, ou seja, é ela quem troca as fraldas e também quem traz e oferece a comida ou lanchinho do filho.
Ou seja, enquanto a criança brinca, tira uma sonequinha a mãe pode focar no seu trabalho. Desta forma, a amamentação não é prejudicada pois a mãe pode dar de mamar sempre que o bebê quiser, por exemplo. Vale ressaltar que a Casa Viver é diferente de uma creche convencional pois os bebês só podem ficar lá se a mãe ou pai estiver no espaço trabalhando.
Muitas das mulheres que estão no local são empreendedoras que mudaram de carreira após a maternidade e não querem voltar para o mundo corporativo. “Já tivemos duas mães que trouxeram seus bebês bem pequenos, com quatro meses”, diz.
A ideia da casa, conta Carina, surgiu por conta da sua própria angústia de ter voltado a trabalhar quando acabou a licença maternidade da sua primeira filha, hoje com sete anos. Ao engravidar de Clara, que agora tem um ano, não quis passar pelo mesmo sofrimento de deixar a filha bebê em período integral na creche. Ela, que trabalhava como tradutora em um grande consultório de advogacia, decidiu largar o emprego e empreender para ficar mais perto das meninas.
Carina diz que o valor cobrado para trabalhar no espaço varia muito e que há pacotes que a mãe ou o pai pode escolher. O valor da hora depende do pacote contratado, mas varia de R$ 10 a R$ 20 a hora. Quem não tem filhos também pode trabalhar no local e o valor cobrado é de R$ 10 a hora.
Carina diz que atualmente o espaço é voltado para crianças de zero a quatro anos. O espaço funciona de segunda à sexta-feira das 8h às 18h. Lá, os pais têm bancadas com internet onde podem instalar seus laptops e trabalhar tranquilamente. O coworking também oferece cursos e organiza eventos para mães empreendedoras. A Casa de Viver fica na rua Afonso Celso, 140. Mais informações no site do Casa de Viver.
