Introdução alimentar do bebê é oportunidade de melhorar a comida dos pais, diz Rita Lobo

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Criança pode comer a mesma comida da família desde o início (Foto: Kátia Ribeiro)

Quando o assunto é introdução alimentar, os pais têm muitas dúvidas do que e como oferecer os alimentos aos bebês. A chef de cozinha e apresentadora de TV, Rita Lobo, explica que comida saudável é aquela preparada em casa, com comida de verdade e sem alimentos ultraprocessados. Em entrevista ao Mães de Peito,   Rita diz que se a casa ainda não tem o costume de preparar almoço e jantar, o momento da introdução alimentar é uma oportunidade única para instaurar uma rotina saudável, inclusive, para os pais. “Não faz sentido preparar comida de verdade para o bebê e servir lasanha congelada, comprada pronta, para os outros integrantes da casa”.

Autora de vários livros para tornar a arte de cozinhar algo prático e acessível a todos, Rita lançou o livro “Comida de Bebê” onde fala sobre a importância da amamentação e da introdução alimentar por meio do método BLW e papinhas tradicionais.  Nos livros e no site Panelinha, ela apresenta estratégias para garantir comida fresca na mesa todos os dias e melhorar a alimentação de todos na casa.

“O chamado pê-efe, prato feito, é genial: ele garante uma alimentação balanceada, sem que os pais tenham que se formar em nutrição para compor as refeições do bebê! Como recomenda o  Guia Alimentar para a População Brasileira, coma comida, não nutrientes. Arroz, feijão, legumes e carnes. E fruta para a sobremesa!”, explica.

Ela diz que é importante que os pais sigam um padrão tradicional de alimentação – no nosso caso, o brasileiro. “É um desperdício abrir mão do nosso padrão alimentar tradicional, simbolizado pelo arroz e feijão. A combinação do arroz com feijão, mais um legume e uma carne, em termos nutricionais, é perfeita. Mas vai além, essa combinação carrega com ela a nossa cultura, a nossa história e garante a formação de hábitos alimentares saudáveis para a vida toda”, ressalta.

Mãe de dois adolescentes, ela conta que quando o primeiro filho nasceu, já tinha feito gastronomia e dirigia o Panelinha. “Mas  na hora de cozinhar para o meu bebê, fiquei cheia de dúvidas. Isso foi importante na hora de escrever o livro, sei que os pais não querem errar e a  minha experiência como mãe ajudou”, relata.

A chef conta que a  introdução alimentar serve para apresentar ao bebê os alimentos e também formar hábitos alimentares. “A papinha, com todos os alimentos batidos, como se fosse um sopão, impede que a criança aprenda os sabores dos alimentos isoladamente. Isso também é útil para entender como o bebê reage a cada alimento e identificar possíveis alergias”.  Ela ressalta que a grande qualidade do pê-efe, ou pê-efinho, é que a composição nutricional é perfeita. “Junta no prato quatro dos cinco grupos que devemos comer para manter uma alimentação balanceada. Eles são: uma leguminosa (os feijões), um cereal (arroz) ou tubérculo, um legume ou verdura e uma carne (ou ovo). O quinto grupo é a fruta, que entra como sobremesa e lanchinhos”, ressalta.

Ela orienta que a partir dos 6 meses, o bebê deve começar a introdução alimentar, que vai levar cerca de seis meses para ser feita. “Quando o bebê completar um ano, já vai comer praticamente a mesma comida da casa. Até lá, em linhas gerais, a grande diferença entre a comida dos adultos e a do bebê é a textura e, claro, o uso do sal, que deve ser reduzido. Isso significa que, caso haja uma rotina alimentar saudável na casa, basta fazer pequenos ajustes, como a redução do sal, que por sinal vai ser bom para todos”, orienta. Ela diz ainda que  os brasileiros consomem mais sal do que o recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

 

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