Para ser mãe, jornalista recorre à barriga de aluguel na Índia

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Teté com as filhas Rita e Cecília (Foto: Renato Parada/Divulgação)

Teté com as filhas Rita e Cecília (Foto: Renato Parada/Divulgação)

Foram sete anos de tentativa para conseguir gerar um filho. Estimulação de ovulação, inseminação artificial e fertilização in vitro foram alguns dos métodos artificiais que o casal recorreu para tentar engravidar. Cansados de tanto desgaste emocional e do excesso de tratamentos, os jornalistas Teté Ribeiro e Sérgio Dávila decidiram tentar uma última opção antes de desistirem de ter filhos biológicos.

Já na fila para adotar um bebê, eles resolveram contratar uma barriga de aluguel na Índia, país que permite que uma mulher cobre para gerar o filho de um outro casal. No Brasil, essa cobrança é proibida, ou seja, só pode ocorrer a chamada barriga solidária, que é feita sem envolver cobrança e com pessoas com algum grau de parentesco.

Teté diz que não tinha como recorrer a ninguém da família, então, procurou uma clínica na Índia que faz o procedimento e a intermediação entre o casal e a barriga de aluguel. A indiana Vanita Macwan, 28, que é mãe de um menino de oito anos, foi a escolhida. Ela engravidou de gêmeos logo na primeira tentativa de fertilização in vitro. “Decidimos que faríamos uma única tentativa e deu certo”, diz a jornalista, que acompanhou toda a gestação à distância. “Recebíamos todos os resultados dos exames e falávamos sempre com a médica. Também levava os resultados para o meu médico daqui, que acompanhava tudo de longe.”

Apesar de acompanhar por e-mail todo o pré-natal, o casal não pode saber o sexo dos bebês pois na Índia é proibido descobrir antes do nascimento. No fim da gravidez, Teté resolveu encontrar Vanita para acompanhar a reta final e o parto. No entanto, ao chegar lá descobriu que os bebês haviam nascido quatro dias antes, prematuras, com 35 semanas de gestação. Os médicos resolveram contar somente quando ela chegou que a bolsa estourou e acabaram com o mistério: eram duas meninas. A jornalista conta que foi o momento mais marcante de sua vida quando pode conhecer e pegar no colo as filhas Rita e Cecília, que nasceram em novembro de 2013.

As meninas nasceram bem – com dois quilos cada – e precisaram passaram somente três dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal. A família passou um mês na Índia até retornar ao Brasil.  “Os primeiros dias em casa foram confusos, começaram as visitas e  a gente ainda tinha que se adaptar ao fuso horário e inventar e adaptar a nova rotina a elas. Mas nada diferente do que passam as outras mães”, conta.

Teté decidiu escrever um livro “Minhas duas Meninas” para registrar a história das filhas. “Elas merecem saber toda a história do começo da vida delas, e escrever o livro foi minha maneira de deixar registrado, para que elas leiam quando tiverem curiosidade e maturidade suficientes”, diz.

Teté comenta que em casa o assunto é tratado com naturalidade e que tem na sala um álbum de fotos do primeiro mês da vida delas. “Elas folheam o álbum com frequência. Quando começarem a fazer perguntas a respeito, vamos responder. Elas têm dois anos e meio só, ainda é cedo para formular as perguntas, mas quando fizerem isso, imagino que estaremos prontos e tranquilos”.

A jornalista diz que os pais têm a opção de manter ou não contato com a barriga de aluguel e que eles optaram em não cortar o relacionamento com a família indiana. “Sempre trocamos fotos e nos falamos por WhatsApp”, diz. Vanita recebeu US$ 8 mil de um total de US$ 25 mil pagos pela barriga de aluguel.

Assim como outros casais que tentam engravidar e não conseguem, Teté diz que é muito doloroso não gerar um filho naturalmente. Ela  comenta ainda que ninguém escolhe fazer barriga de aluguel por praticidade ou vaidade. “É importante não ter medo de tentar uma solução diferente para conseguir o sonho de ser mãe, seja a barriga de aluguel ou até mesmo a adoção”, afirma.

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