Entenda como o freio lingual curto pode prejudicar a amamentação

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Avaliação deve ser feita nos primeiros dias de vida do bebê (Foto: Mães de Peito)

A mãe sente dor ao amamentar, chama uma consultora de amamentação, acerta a pega do bebê, a posição dele no colo, enfim, está tudo indo bem mas a dor não passa. Muitas vezes esse bebê precisa ser encaminhado para uma fonoaudióloga ou dentista ainda noas primeiras semanas de vida para que seja avaliado se ele tem o freio curto lingual ou anquiloglossia.

A pediatra e consultara em aleitamento materno, Kelly Marques Oliveira, diz que alguns alertas para o problema são o bebê que engasga com o leite, cólica e gases fora do normal e também dificuldade em ganhar peso. “Já a mãe pode ter várias dificuldades na amamentação como dor nas mamadas, fissura mamilar, vasoespasmo, ingurgitamento e mastite”, explica. A pediatra comenta ainda que há pacientes com freio curto que é fácil identificar até pelos pais pois o freio da língua é bem evidente, mas que existem casos mais complexos que terão de ser identificados por pediatras, fonoaudiólogos e, consultoras em amamentação. “O grande problema é que na maioria dos casos o freio da língua não é visível. Deve ser feito o exame específico da língua e procurar ativamente essa condição, que nem sempre é óbvia”, relata.

Desde dezembro de 2014, as maternidades públicas e privadas são obrigadas a fazer o chamado “teste da linguinha” no recém-nascido. A médica diz que nem todos os casos são diagnosticados e que a mãe vai sentir o problema somente após a alta hospitalar.

Bebê com freio curto (reprodução)

Bebê com freio curto (reprodução)

A pediatra diz que não diagnosticar o freio curto pode provocar um desmame precoce pois a mãe não aguenta mais sentir dor para amamentar ou se desespera ao ver que seu bebê não está mamando bem. Ao ser diagnosticada, a  anquiloglossia pode ser corrigida em um procedimento simples chamado frenotomia, que consiste em um pequeno corte no freio da língua. O procedimento deve ser feito por médico ou dentista habilitado. “O procedimento é rápido e pouco invasivo. Pode ser dada anestesia local, porém, em estudos comparativos, não houve diferença no tempo do choro do bebê ou irritabilidade em bebês que não receberam a anestesia.  Além disso a anestesia pode dificultar o bebê mamar imediatamente após o procedimento”, diz Kelly. Segundo ela, pode ser dado analgésico após o procedimento caso o bebê fique irritado ou choroso.

Após ser feita a frenotomia, o bebê precisa  “reaprender” a mamar. “O músculo da língua precisa ser exercitado e fortalecido, é preciso ensinar a pega e posição corretos e isso só irá acontecer se houver uma equipe engajada nisso. Para isso é preciso muita persistência e paciência, e profissionais como pediatras, fonoaudiólogos, consultoras de amamentação”, comenta. A médica diz que é possível ensinar o bebê a mamar de forma que não machuque a mãe sem realizar o procedimento, mas isso torna o trabalho muito mais difícil e nem sempre é eficaz.

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8 Comentários

  1. A minha bebê tem 1 mês e 21 dias, hoje fiz a retirada do freio da língua, já estava atrapalhando na amamentação, era briga no peito todos os dias, agora torcendo pra que tudo venha dar certo p minha pequena. E foi logo visto essa deficiência na maternidade quando nasceu, fiz com uma odontopediatra maravilhosa.

  2. Simone A. Santos em

    Não basta apenas identificar! O fonoaudiologo é o proficional capacitado para avaliar a sucção e deglutição. Na minha prática houveram muitos casos que não foram necessárias as frenectomia.

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