Depois do Ministério da Saúde divulgar um despacho onde fala que o termo violência obstétrica não deve ser usado nas ações do governo, as entidades médicas divulgaram notas em apoio à decisão do Ministério da Saúde.
A Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) diz que o termo violência obstétrica tenta “demonizar a figura do médico obstetra, como único responsável pelas dificuldades do atendimento e por eventuais maus resultados na assistência ao parto e nascimento, com o que não concordamos”, ressalta a nota da federação.
A entidade diz ainda que a utilização da expressão violência obstétrica envolve situações multifatoriais, entre elas, “falta de vagas em maternidades, dificuldade de acesso das gestantes às maternidades, mau atendimento do pessoal administrativo, falta de ambiência adequada nas unidades hospitalares para assistência ao trabalho de parto e parto e em algumas vezes, situações que envolvem o atendimento prestado pela equipe de saúde”.
A Procuradoria da República, no entanto, deu prazo para que o Ministério da Saúde se manifeste sobre o assunto, conforme noticiou o Mães de Peito na semana passada, por considerar que a violência obstétrica deve ser combatida pelo governo e não ter o seu uso banido.
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Já o O CFM (Conselho Federal de Medicina) diz que o uso do termo “conturba a relação médico-paciente; quebra o princípio da harmonia nas equipes multiprofissionais; não promove qualquer mudança significativa no quadro de desproteção às gestantes; e transfere de modo inconsequente sobre os médicos a responsabilidade por todas as mazelas da saúde (pública ou privada)”, diz a entidade de classe.
Além disso, para a autarquia, o uso do termo “para adjetivar problemas da assistência no parto se torna inadequado, pejorativo e estimula conflitos entre pacientes e médicos nos serviços de saúde”. Confira a nota na íntegra do CFM clicando aqui.